Ser Trasmontano é...

"Ser Transmontano é ser mais forte!
É ir além do sonho humano!
É transcender-se como ninguém.
É ter no peito o amor à terra sua raiz!
Render-lhe preito, e orgulhar-se do seu País.
Ser Transmontano é um estatuto, religioso,
De homem lhano, que sai de tudo vitorioso,
É quase um mito de humildade! Firme! Sem preço!
Como o granito inabalável que faz seu berço.
Ser Transmontano, é ser amigo do seu amigo.
Leal e ufano da valentia perante o perigo.
Bom Lusitano, divide o pão p'los seus iguais!
Ser Transmontano, é tudo isso, e muito mais!"

in "VERTENTES DA VIDA" de Graziela Vieira

Objectivos deste Blog!

Este Blog tem como objectivo contar histórias sobre as Gentes da minha terra.
Os nomes são fictícios, ainda que quem conheça as personagens sabe de quem estou a falar.
Umas histórias são verdadeiras, com alguns arranjos ou modificações, outras são fruto da imaginação fértil do Autor do texto.
Este Blog serve também para homenagear, e falar sobre a minha Aldeia (Travanca - Mogadouro).

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ÈS TRANSMONTANO?

Histórias »relativamente« estúpidas

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quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Grande pontaria ADALBERTO JOÃO

Era um dia especial na Aldeia. O Clube dos Rateiristas organizava uma patuscada, e a vitima era a Rosemary III. Vocês ainda não conhecem a Rosemary III mas futuramente contarei a sua história desde a Rosemary I até à actual.
O Pessoal estava todo reunido para decidir onde seria a matança do bicho. Adalberto João, como é o Presidente do Clube dos Rateiristas tem a palavra final… ‘Ó meus Deus, espero que não seja necessário chegar a esse ponto’. - Pensou o Alcaide Farinhas e Bancos. Deus estava de folga hoje, pois pelos vistos não houve consenso. Adalberto João era mesmo o manda chuva da ocasião. ‘Eu decido’! - Disse Adalberto todo inchado e vaidoso. Com o polegar e o dedo indicador direito a coçar os três pelos que tinha no queixo, no intuito de demonstrar-se pensativo e com alguma carola, esbugalhou os olhos e disse (ó não! Ele consegui tomar uma decisão): ‘Vamos todos para o Complexo das Patuscadas da Granja. ‘
Ficou tudo em silêncio. Afinal estavam à espera de uma tragédia e pelos vistos Adalberto até que não se saiu mal. O Complexo das Patuscadas da Granja era perto e era sossegado. Era perfeito para ser tomado de assalto pelo pessoal.
‘Bora lá pessoal’, disse o nosso Presidente Alcaide Farinhas e Bancos.
Foi uma tarde em cheio. Barriga cheia de xixa e claro, muita mas mesmo muita cerveja, oferta da Dona Rendas. Eu sei que é difícil de acreditar, mas a Dona Rendas ofereceu mesmo a cerveja toda.
Chegada a noite, mas ainda cedo para cobrir as mantas com o bafo do álcool que se encontrava em fermentação e que em breve teria que ser libertado, era hora de ir até Saldanha. Como não podia deixar de ser, no verão há sempre festa em qualquer lado.
Lá foram os Sete Artistas a caminho de Saldanha. Vejam só quem eles eram: Adalberto João, Alcaide Farinhas e Bancos, Careca Picheleiro, Slipe naite Caçarretas (filho do Né Caçarretas e Dona Rendas), Pedrito Pai de Vacas, Tonho Canhono e Ronhas Canhono - mal este último sabia que Saldanha iria marcar a sua vida para sempre, mas isso fica para depois.
Qual Zézito Pássaro, a noite foi toda ao balcão, pois lá é que está a cerveja mais fresca.
Estava na hora de regressar. Os fardos de palha em forma de colchão e as mantas a cheirarem a excremento de vaca (sem ofensa Pedrito), esperavam por nós.
Era hora de tomar mais uma decisão. Escolher o local onde iríamos estender as mantas.
‘Bem, como o Adalberto João é o presidente do Clube dos Rateiristas e como ele hoje tem acertado com as decisões, ele que decida! ‘ – Disse o Careca Picheleiro.
Adalberto João todo vaidoso pelo elogio tomou de imediato a decisão: ‘ Aqui é o melhor local, sem dúvida, o sol só chegará cá por volta do meio-dia. ‘ Meio-dia estava bem. A essa hora já o álcool fermentou todo, e os gazes estão a caminho do além.
Com o bucho cheio e as pernas cansadas de estarmos em pé a noite toda ao balcão, foi fácil adormecer.
Era melodia para os ouvidos de qualquer um, aquele ressonar metódico e com os tempos certinhos. Pareciam Betoneiras a trabalhar a todo o gás, sem excepção. Quer dizer, sem excepção também não. O Tonho Canhono é um caso sem cura. O Homem Range os dentes. Mas como qualquer melodia é feita por vários instrumentos, neste caso provavelmente o Tonho era o teclas.
Era noite de Lua cheia, parecia dia. Ops, espera lá! Já é dia! Seis e meia da matina e o sol batia na testa do pessoal de tal forma que se houvesse galinhas por perto, o pequeno-almoço seria ovo estrelado.
Mais uma vez o Adalberto João teve uma pontaria infalível que confirmou a regra. O Homem acertou no melhor sitio para dormir, não acertou foi na hora que o sol nascia naquele local, mas isso é um pormenor.

Autor: Nuno

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